RESUMO
Introdução: O retalho miocutâneo do músculo peitoral maior(RMPM) traz dúvidas quanto a sua aplicabilidade em reparardefeitos craniofaciais e do terço médio da face. Objetivo: Avaliarse o comprimento do pedículo do RMPM assim como seu alcancepara diversos sítios da região cervicofacial são influenciadospor dados antropométricos e pelo lado de dissecção do retalho.Materiais: Estudou-se 15 pacientes submetidos à reconstruçãode defeitos cervicofaciais. Método: Padronizou-se uma ilha depele quadrangular, medindo 8x6 cm localizada sobre a porçãoesternocostal do músculo peitoral maior, medialmente aomamilo e tendo como limite caudal a borda superior da sétimacostela. Os retalhos foram baseados no ramo peitoral da artériatoracoacromial e a rotação foi supraclavicular. O comprimento dopedículo foi medido após a rotação. Testou-se o alcance do centroda ilha de pele do retalho para determinadas regiões. Analisou-sea relação do comprimento do pedículo e do alcance do retalho comdados antropométricos e com o lado de dissecção. Resultados:O comprimento do pedículo apresentou um valor médio de 16,03± 1,35 cm. Os retalhos obtiveram alcance para todas as regiõesestudadas, exceto a órbita, alcançada em 13,3% dos casos. Aanálise univariada mostrou correlação positiva e estatisticamentesignificativo entre o comprimento do pedículo e o comprimento doesterno - CE e correlação negativa e também significativo com arazão entre a distância mastoide-fúrcula esternal pelo comprimentodo esterno - DMF/CE. Identificou-se o comprimento do esternocomo a única variável capaz de determinar o comprimento dopedículo vascular do RMPM (COMP), estabelecendo a equação:COMP = 2,54 + 0,64 X CE. Conclusões: Apesar do alcance doretalho não sofrer influência de dados antropométricos, por estemodelo anatômico infere-se que a equação determinante docomprimento do pedículo pode contribuir para o planejamento dereconstruções utilizando o RMPM, sobretudo para defeitos maiscraniais.
Assuntos
Humanos , Anatomia , Neoplasias de Cabeça e Pescoço , Procedimentos de Cirurgia Plástica , Retalhos CirúrgicosRESUMO
INTRODUCTION: The reconstruction of complex cervicofacial defects arising from surgical treatment for cancer is a real challenge for head and neck surgeons, especially in salvage reconstruction surgery and/or failed previous reconstruction. The pectoralis major myocutaneous flap (PMMF) has been widely used in these specific situations due to its reliability and low rate of failure or complications. OBJECTIVES: Identify factors that determine complications and influence the final outcome of the reconstructions with PMMF in salvage cancer surgery or in salvage reconstruction. METHODS: A cross-sectional study design was used to evaluate a sample including 17 surgical patients treated over a period of ten years that met the inclusion criteria. RESULTS: Reconstruction was successful in 13 cases (76.5%), with two cases of partial flap loss and no case of total loss. Complications occurred in 13 cases (76.5%) and were specifically related to the flap in nine instances (52.9%). An association was identified between the development of major complications and reconstruction of the hypopharynx (P = 0.013) as well as in patients submitted to surgery in association with radiation therapy as a previous cancer treatment (P = 0.002). The former condition is also associated with major reconstruction failure (P = 0.018). An even lower incidence of major complications was noted in patients under the age of 53 (P = 0.044). CONCLUSION: Older patients, with hypopharyngeal defects and submitted to previous surgery plus radiation therapy, presented a higher risk of complications and reconstruction failure with PMMF.